sexta-feira, 9 de maio de 2008

lobo europeu

Ordem: Carnívora

Família: Canidae

Nome popular: Lobo-europeu

Nome inglês: Gray wolf

Nome científico: Canis lupus

Distribuição geográfica: Eurásia, Egito e Líbia, México, Estados Unidos, Canadá, Groelândia.

Habitat: Todos os habitats do hemisfério norte, exceto floresta tropicais e desertos.

Hábitos alimentares: carnívoros, caçam qualquer outro animal menor que ele.Reprodução: gestação de 63 dias.

Período de vida: 13 anos


Ancestral do cachorro doméstico, o lobo-europeu (Canis lupus) é o maior membro da família Canidae. Está distribuído geograficamente na América do Norte, Eurásia e Groenlândia. Possui uma grande e complexa organização social em matilhas de 8 a 12 animais, cuja hierarquia é claramente definida, que gira em torno do casal dominante.

A matilha patrulha grandes territórios que são marcados com urina. Anunciam sua presença por uivos, que podem ser ouvidos a 10 km de distância e que também servem como aviso para matilhas rivais, evitando o confronto. O sentido da audição e o olfato são bem apurados, além de possuírem o tronco forte e desenvolvido para a caça. O pêlo geralmente é cinza e grosso, mas pode variar de coloração do branco, vermelho, marrom e até negro (mais raro).

Seu peso pode chegar até 80 kg para macho e 55 kg para fêmea, suas medidas chegam à 160 cm de cabeça e corpo e cauda até 56 cm. São encontrados em todos os habitats do Hemisfério Norte, exceto em florestas tropicais e desertos áridos. São diurnos, mas podem se tornar noturnos no inverno. O período de gestação é de 63 dias com o nascimento de 06 filhotes, em média, que podem pesar até 450 g.

Os filhotes são criados em ocos de árvores, tocas ou outros abrigos, onde são alimentados por regurgitação. A mãe fica ao lado da cria por um tempo enquanto o macho e o resto da matilha saem para caçar. Com 08 ou 10 meses estão prontos para viajar com a matilha. Adquirem maturidade sexual com 22 meses e podem viver até 13 anos de idade.

Atualmente, o lobo-europeu é considerado espécie vulnerável, tem sido perseguido e exterminado por caçadores e por cães treinados e até envenenados.

Com a expansão humana e destruição de seu habitat, as matilhas são forçadas a invadir áreas agrícolas para caçar e então são cruelmente mortos. Os lobos são protegidos por leis federais em alguns países, mas ainda podem ser caçados por esporte em outros. Diversas iniciativas de reprodução em cativeiro visam a preservação do patrimônio genético da espécie.

Sagui-cabeça-de-algodão

FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Primates
FAMÍLIA: Callithrichidae


NOME CIENTÍFICO: Saguinus oedipus
CARACTERÍSTICAS: Comprimento: 25 cm
Cauda: 35 cm
Peso: 400 g

O sagüi-cabeça-de-algodão é o único calitriquídeo que habita a parte ocidental dos Andes. É um habilíssimo saltador capaz de cobrir uma distância de mais de 3 metros entre uma árvore e outra. Para se comunicar com membros de seu grupo, ele usa sons característicos que parecem um chilreio de pássaro. Vive por toda a Colômbia, das "terras quentes" da costa atlântica aos vales centrais e ao noroeste, na fronteira com o Panamá.

O sagüi-cabeça-de-algodão tem uma crina branca hirsuta, a cabeça escura, as costas marrom avermelhadas e a barriga e as patas brancas. É o mais carnívoro dos pequenos primatas americanos. Com seus caninos possantes, ele pode matar de um só golpe, com uma mordida no crânio, pequenas aves e ratos.

Vive em grandes grupos, com um único líder e uma só fêmea reprodutora. O acasalamento é precedido de uma troca de carícias; a fêmea lambe a cara do macho, enquanto este pega e cheira a cauda da fêmea. A gestação dura de 5 a 6 meses.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Grande kudu

Ordem: Artiodactyla

Família: Bovidae

Nome popular: Grande kudu

Nome em inglês: Greater kudu

Nome científico: Tragelaphus estrepsicerus

Distribuição geográfica: sudeste da Somália e África do Sul.

Hábitat: savana

Hábitos alimentares: herbívoros.

Reprodução: sua gestação é de 09 meses com um filhote.

Período de vida: cerca de 20 anos


É um animal muito bem adaptável e no Zoológico de São Paulo, reproduz muito bem. Com um grande porte, seu peso pode variar de 190-135 kg em machos e 120-215kg em fêmeas. Os pêlos do pescoço são curtos e escassos e possui uma crina no meio das costas. A coloração, em geral, vai do avermelhado ao pálido e suas narinas são cinza azuladas e brancas.

É encontrado geralmente em matas e matagais, e necessita de um abrigo para se esconder. Pode ser ativo tanto de dia como à noite. Sua audição é apurada e seu extremo estado de alerta, torna a aproximação de qualquer um difícil. Sua habilidade de saltar é maravilhosa, e se alimenta basicamente de pasto, verduras e ração (em cativeiro). Esses animais, em ambiente natural, se dispersam na época das chuvas, quando seu alimento é abundante em grandes áreas.

Já no período de seca a concentração de indivíduos é em locais favoráveis, com ofertas de alimento. Os territórios das fêmeas sobrepõem-se, e durante o período reprodutivo (maio-agosto) as áreas de vários machos adultos solitários coincidem com as áreas de duas ou três fêmeas. Após o cio das fêmeas os machos se associam em grupos estáveis de “solteiros” de 02 a 10 indivíduos.

Os grupos de fêmeas, geralmente são mais estáveis e tem de 05 a 06 membros, incluindo diversos adultos e seus filhotes. Agrupamentos maiores, às vezes, se formam por breves períodos. Durante o cio, os machos competem uns com os outros pelas fêmeas férteis, geralmente através de demonstrações de força e ocasionalmente por sérios combates.

As espirais nos chifres servem como um meio de se ligar ao oponente (num combate, evita que os chifres deslizem) tentando fazer com que o adversário perca seu equilíbrio com chacoalhes e torções. Estimativas sobre o período de gestação variam entre aproximadamente 09 meses. O recém-nascido pesa cerca de 16kg e tendem a nascer durante o inicio da época das chuvas (janeiro-março).

As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 14 anos e existe relato de que um grande kudu viveu quase 23 anos em cativeiro. Os chifres do grande Kudu são troféus para caçadores, as mortes se devem a sua excelente carne e por que os animais destroem plantações. Esses fatores, associados à destruição de seu habitat, têm reduzido muito o numero de grandes kudus. Atualmente é um animal classificado como dependente de conservação pela IUCN.

Gato-do-mato

Ordem: Carnívora

Família: Felidae

Nome popular: Gato-do-mato

Nome em inglês: Oncilla

Nome científico: Leopardus tigrinus

Distribuição geográfica: América Central e América do Sul

Habitat: Floresta

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Gestação de 73 a 77 dias

Período de vida: Aproximadamente 13 anos


Também conhecido regionalmente por maracaja-í, gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno. Os habitantes de áreas de mata muitas vezes os confundem com o gato maracajá. Este é o menor gato selvagem da América do Sul, com tamanho semelhante ao de um gato doméstico. Patas e cabeça pequenas e cauda longa. Os pêlos são voltados para trás inclusive nuca e cabeça. O peso varia entre 1,5 e 3 kg com o comprimento total entre 60 e 85 cm. A pelagem tem coloração amarelo-dourada com rosetas escuras abertas dispostas principalmente nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras que vão dos olhos à base da cauda. Existem indivíduos melânicos (pretos) que não são incomuns.

Ocorre do sul da Costa Rica ao norte da Argentina, ocupando geralmente ambientes variados, desde áreas mais abertas àquelas com vegetação densa. Assim como ocorre com os demais gatos pequenos, é um animal muito pouco estudado. Os dados existentes demonstram ser um animal solitário, de hábitos diurnos e noturnos que se alimenta de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves.

A gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes que abrem os olhos após o 17º dia e passam a comer sólidos após 55 dias de nascidos. A caça para o comércio de peles e a destruição das florestas é a principal causa de ameaça. É classificada pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) como espécie vulnerável, inclusa no apêndice I do CITES e pelo IBAMA como ameaçada de extinção.

Elefante africano

Ordem: Proboscidea

Família: Elephantidae

Nome popular: Elefante africano

Nome em inglês: African elephant

Nome científico: Loxodonta africana

Distribuição geográfica: África

Habitat: Florestas, campos, savanas e desertos

Hábitos alimentares: Herbívora

Reprodução: Gestação de 22 meses

Período de vida: Aproximadamente 50 anos.


Os elefantes são os maiores mamíferos terrestres sobreviventes de uma extensa radiação no período Eoceno, incluindo os extintos mamutes e mastodontes. Atualmente existem duas espécies, o elefante africano (Loxodonta africana) e o elefante asiático (Elephas maximus).São membros de um grupo ou ordem chamados “Proboscidea", caracterizado pelo órgão proboscis ou tromba.

De estrutura muito maciça apresenta corpo pesado apoiado sobre pernas grossas em forma de pilares em pés amplos, a tromba é um órgão flexível e longo que apresenta narinas na ponta e que tem a função de transportar alimento, água, cheirar, levantar e analisar objetos. O elefante africano é o maior deles medindo entre 7 a 8 m de cabeça e corpo e 4 m de altura chegando a pesar 7 toneladas.

A longa e flexível tromba apresenta dois “dedos” na ponta e pode pesar até 200 kg, as orelhas são enormes e podem alcançar metade da altura do indivíduo. A coloração é cinza claro e pode variar para marrom avermelhado dependendo da cor do solo. De acordo com a subespécie pode ocorrer uma variação de habitats como florestas, campos, savanas e desertos. Três quartos da vida do elefante são devotados a procura por recursos de comida e água, a dieta é estritamente herbívora.

A maior parte dos elefantes consomem entre 70-150 kg de comida e 80-100 litros de água por dia. As acácias estão entre folhagens e frutas as mais consumidas e favoritas dos elefantes. Apresentam um período de gestação de 22 meses com nascimento de um filhote que pode pesar até 115 kg e a medir 100 cm de altura. Toda a manada é cuidadosa com os filhotes, onde várias “babás” podem cuidar dos filhotes do grupo.

A longevidade é de 70 anos. O elefante asiático mede de cabeça e corpo entre 6 a 8 m e até 3 m de altura e a pesar 5.500 kg. A grande diferença entre o asiático e o africano está no tamanho das orelhas que são menores e não excedem a altura do pescoço, a longa tromba com mais de um “dedo” na ponta e pode pesar de 125-200 kg. Normalmente o asiático tem mais pêlos no corpo do que o africano, a coloração é cinza escuro, dependendo da cor do solo.

Na espécie asiática somente os machos possuem presas, nas fêmeas são vestigiais ou ausentes. Habitam florestas, savanas e regiões montanhosas dependendo da subespécie.Algumas pesquisas mostram que os elefantes podem se comunicar através de (infra-som) passando informações para os outro membros do grupo, são gregários e formam por vezes grupos de mais de 100 indivíduos sendo liderados por uma fêmea mais velha, a “matriarca”.

A característica dos elefantes são as enormes presas na mandíbula superior, que na realidade são grandes dentes incisivos, que nos elefantes africanos há registros de um recorde de uma presa que pesava 102 kg e media 3 m de comprimento. Algumas culturas, como no Sri lanka, os elefantes são considerados sagrados e em festividades religiosas são adornados e desfilam como símbolos de grandiosidade.

Em contrapartida são usados como animais de tração e carga em alguns lugares, sendo por vezes desrespeitados e explorados em trabalhos forçados. A caça predatória para o comércio ilegal de marfim, quase condena a espécie a extinção, esforços estão sendo concentrados em criar e aplicar novas leis para a proteção da espécie. Parques, zoológicos e reservas vem contribuindo para a criação de uma nova consciência ecológica, contribuindo para a preservação e o futuro de uma criatura tão majestosa.

Dromedário

Ordem: Artiodactyla

Família: Camelidae

Nome popular: Dromedário

Nome em inglês: Dromedary

Nome científico: Camelus dromedarius

Distribuição geográfica: Norte da África e Oriente Médio

Habitat: Deserto e planícies áridas.

Hábitos alimentares: Herbívoros

Reprodução: Gestação de 12 meses

Período de vida: 50 anos


O dromedário (Camelus dromedarius) habita desertos e planícies áridas do Norte da África e Oriente Médio. É parente do camelo, porém difere deste por possuir apenas uma corcova. Embora muitas pessoas acreditem a corcova não é composta de água, mas sim de gordura, servindo como reserva energética ao animal.

O estoque de gordura da corcova e a capacidade de beber até 57 litros de água de uma só vez, permitem ao dromedário resistir a caminhadas de muitos quilômetros, tornando-o um eficiente meio de transporte. Ele possui uma musculatura nas narinas que possibilita seu fechamento, protegendo-as das ventanias de areia no deserto.

Possui pescoço longo e fino, boca estreita com uma fissura no lábio superior e cauda curta. Pode atingir 2,30 metros de altura e pesar entre 300 e 690 quilos. A pelagem tem coloração que varia do marrom ao acinzentado, e utiliza o cuspe como forma de defesa além do coice e da mordida. São animais de hábitos diurnos e dieta herbívora, sendo encontrados vivendo sozinhos ou em grupos que podem conter mais de 30 dromedários.

A partir da metade do século XIX vários animais foram introduzidos em alguns países, como Estados Unidos e Espanha. A gestação dura em média 12 meses, nascendo apenas um filhote com peso aproximado de 37 quilos. Atinge a maturidade sexual após os 3 anos e chega a viver cerca de 50

Anta

Ordem: Perissodactyla
Família: Tapiridae
Nome popular: Anta, tapir
Nome em inglês: Tapir
Nome científico: Tapirus terrestris
Distribuição geográfica: América do Sul, do leste da Colômbia até o norte da Argentina e Paraguai
Habitat: Florestas
Hábitos alimentares: Herbívoro
Reprodução: um filhote, com gestação de aproximadamente 13 meses
Período de vida: 35 anos (em cativeiro)


A anta (Tapirus terrestris) é o maior mamífero terrestre do Brasil, alcançando até 1,20 m de altura. Vive em florestas e campos da América do Sul, do leste da Colômbia até o norte da Argentina e Paraguai. É um ungulado (mamífero com cascos com estrutura feita de queratina) que tem número ímpar de dedos.
A característica mais distinta da anta é sua narina, longa e flexível, que parece uma pequena tromba. Possui corpo robusto, cauda e olhos pequenos, crina sobre o pescoço e coloração marrom-acinzentada.

Alimenta-se de matéria vegetal (folhas, frutos, vegetação aquática, brotos, gravetos, grama, caules) que é digerida graças à presença de microorganismos que vivem em seu aparelho digestivo. Dispersa sementes com as fezes, ajudando na dispersão de sementes.

A anta, também conhecida como tapir, é um animal solitário, que sai à procura de um parceiro apenas na época reprodutiva, emitindo alguns sons para localizá-lo.
Se assustada, corre para regiões de mata mais fechada ou salta na água. E é ágil tanto em áreas abertas como fechadas, e ótima nadadora.

Possui hábitos noturnos, porém também pode realizar atividades durante o dia. Quando vive em florestas, costuma usar trilhas já abertas, o que a torna mais vulnerável à caça. Chega a pesar cerca de 300 kg e viver 35 anos.

A gestação dura aproximadamente 13 meses, nascendo apenas um filhote. Este possui pelagem marrom com manchas e listras horizontais brancas ou amareladas, que se perdem depois dos 5 meses. O filhote permanece com a mãe por 10 a 11 meses de vida e atinge a maturidade sexual após os 3 anos.

Apesar de não ser considerado animal ameaçado de extinção pelo IBAMA, a anta, como muitos outros animais, perde áreas de habitat com a devastação de florestas e matas. A caça para alimentação e esporte, que ocorre em algumas regiões, também a ameaça.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Tartaruga-do-amazonas

Ordem: Testudines

Família: Pelomedusidae

Nome popular: Tartaruga-do-amazonas

Nome em inglês: South american river turtle

Nome científico: Podocnemis expansa

Distribuição geográfica: Norte da América do Sul, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco

Habitat: Rios e lagos

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: Desova entre 40 e 160 ovos por postura, que eclodem após 45 a 80 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 50 anos



A tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) na verdade é um cágado, istoé, um quelônio aquático que encolhe seu pescoço lateralmente para dentro da carapaça. Os cágados são quelônios de uma subordem chamada pleurodira, que seguiram um caminho evolutivo diferente do seguido pela maioria das outras tartarugas, que encolhem o pescoço em “S” e para dentro.

É o maior quelônio da América do sul. Atinge facilmente 50 kg, mas algumas chegam a até 75 kg e um casco de 90 cm de comprimento. Por isso, foram muito caçadas, e ainda o são por povos ribeirinhos da floresta, por sua carne e pelos seus ovos. Hoje, busca-se equilibrar o quanto se pode caçar deste animal com a reposição de indivíduos pela reprodução, e a apanha de
ovos foi proibida. Alguns projetos pretendem inclusive estabelecer formas de criação em cativeiro para aumentar o número de tartarugas da Amazônia.

Apesar de serem muito prolíficas, botando por volta de cento e vinte ovos em covas cavadas à beira dos rios, e de milhares de tartarugas colocarem seus ovos juntas no período de postura, são poucas as que conseguem atingir a idade adulta, pois muitos animais se alimentam das jovens tartaruguinhas da Amazônia.

As fêmeas são bem maiores que os machos, que por sua vez tem uma cabeça proporcionalmente maior que elas. Vivem harmoniosamente até mesmo com jacarés depois de um certo tamanho, pois seu casco resistente a mantém segura contra os dentes destes animais.

Uma curiosidade sobre esta espécie é que as linhas que formam bonitos desenhos em sua cara são como impressões digitais, e não se repetem de uma tartaruga para outra. Assim, podem ser usados para identificar diferentes indivíduos para a realização de estudos.

Surucucu-do-pantanal/ Boipevaçu

Ordem: Squamata

Família: Colubridae

Nome popular: Surucucu-do-pantanal/ Boipevaçu

Nome em inglês: False water snake

Nome científico: Hydrodinastes gigas

Distribuição geográfica: Ocorre em todo Brasil

Habitat: Pantanal, Floresta Amazônica e campos

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Ovíparas desovam aproximadamente entre 8 e 36 ovos por postura

Período de vida: Cerca de 20anos


Apesar do seu nome comum ser parecido com a da surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), a maior serpente peçonhenta do Brasil, a surucucu-do-pantanal (Hydrodinastes gigas) não faz parte da família da surucucu-pico-de-jaca, e muito menos é peçonhenta.

A semelhança dos nomes, provavelmente, se deve ao comportamento agressivo que a surucucu-do-pantanal pode apresentar. Em alguns pontos do Brasil, é conhecida também como boipevaçu ( boipeva= cobra chata; açu= grande), em função de seu comportamento e porte. As surucucus são terrestres, mas vivem próximas a corpos d´ água onde frequentemente são encontradas.

Apresentam um bonito colorido castanho-amarelado, com manchas negras pelo corpo e uma faixa negra atrás dos olhos. Pode chegar aos 2,5 metros de comprimento e quando ameaçada, achata a região do “pescoço”, desferindo botes que parecem ameaçadores. Podem fazer posturas de até 36 ovos.

Os filhotes nascem com aproximadamente 20cm de comprimento e 40g, e não podem ser mantidos em grupo, pois um pode tentar atacar o outro. Durante a caçada, que inclui animais como peixes, rãs e pequenos roedores, pode apresentar uma tática bastante curiosa: usa a ponta da cauda para cutucar rãs escondidas dentro d’água, assim quando saltam, são capturadas e engolidas.

Outra especialidade desta espécie é apresentar um dente diferenciado na parte superior da boca, que é utilizado para furar os pulmões dos anfíbios, já que a defesa destes animais é inflar para se mostrar maior. Com isto torna-se mais fácil para engolir a presa. A surucucu, assim como outros répteis, principalmente as serpentes, causam sentimentos de repudio e medo nas pessoas leigas.

Apreendendo um pouco sobre o comportamento e a biologia deste animal será mais fácil compreender, respeitar e quem sabe até admirar. Não deixando assim que mais uma espécie se torne ameaçada de extinção, que como todos os seres vivos, ela também tem a sua importância para a natureza.

Papa-vento

Ordem: Squamata

Família: Polychrotidae

Nome popular: Papa-vento

Nome em inglês: Green lizard

Nome científico: Enyalius iheringii

Distribuição geográfica: Do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul

Habitat: Mata Atlântica

Hábitos alimentares: Insetívoro

Reprodução: Desova entre 05 e 15 ovos por postura, que eclodem após 70 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 10 anos



O Papa-vento (Enyalius iheringii) é um dos lagartos mais comuns do estado de São Paulo, encontrado até mesmo em parques nas grandes metrópoles. São grandes comedores de insetos, principalmente cupins e formigas, que costumam capturar na parte mais baixa dos troncos de árvores, onde passam a
maior parte do seu tempo. Esta dieta os torna muito importantes para evitar a superpopulação destes insetos que podem ser prejudiciais.

Tanto é que sua época de reprodução coincide com o aumento da temperatura e, portanto, com o aumento do número de insetos da mata. As fêmeas têm entre dez e quinze a quinze cm quando atingem a idade reprodutiva, e sua postura é realizada, em geral, no auge do verão, e ao eclodirem, no outono, ainda há insetos o bastante para alimentar bem os filhotes. Quando adultos, elas podem chegar até 35 cm, e eles, até 30 cm.

Algumas pessoas chama o papa-vento de camaleão, devido à sua semelhança com o camaleão verdadeiro, que vive apenas na África. Porém, apesar de poder mudar o tom de sua coloração entre claros e escuro, ele não o faz rapidamente nem com tanto detalhamento como faz o camaleão. Ainda assim, é um animalzinho que se vale muito mais da camuflagem para se defender que da agressividade, e você pode estar a menos de um metro de um deles e não conseguir vê-lo. Se encurralado, não teme dar grandes saltos para fugir de seus predadores, mesmo que caiam de alturas consideráveis.

Geralmente, é encontrado na folhagem que recobre o solo e nas partes baixas das árvores, mas podem mesmo dividir o topo das árvores com lagartos como o Iguana ou as rochas com o lagarto preto. Mas só as pessoas com os olhos bem atentos conseguem vê-lo.

terça-feira, 25 de março de 2008

Muçuã

Ordem: Testudines

Família: Kinosternidae

Nome popular: Muçuã

Nome em inglês: Scorpion Mud Turtle

Nome científico: Kinosternon scorpioides scorpioides

Distribuição geográfica: Do Panamá ao norte da América do Sul

Habitat: Lodo do fundo de rios e lagos

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: 3 a 4 ovos por postura que eclodem após 4 ou 5 meses

Período de vida: Aproximadamente 15 anos


Denominada pelos cientistas como Kinosternon scorpioides scorpioides, o muçuã é uma tartaruga semi-aquática que gosta de se enterrar no lodo do fundo de rios e lagos. Ocorre desde o Panamá, na América Central, até o norte da América do Sul, sendo que no Brasil é encontrado nas caatingas do nordeste, nos Lençóis Maranhenses e na região Amazônica.

Embora seja um dos menores quelônios da América do Sul, medindo quando adulto, aproximadamente 15 centímetros de comprimento da carapaça e pesando entre 400 e 500 gramas, mostra-se valente quando acuado, tentando morder o seu eventual agressor. Desde que saem do ovo, os filhotes já apresentam agressividade precoce, fundamental para a sobrevivência. A espécie apresenta hábitos alimentares onívoros, comendo folhas, frutos e pequenos animais.

Em cativeiro, mostra predileção por carne, peixe e insetos, embora também aceite frutas e verduras. Como todos os quelônios, o muçuã é ovíparo, produzindo em média 3 a 4 ovos de cada vez. Os ovos são alongados e de tamanho um pouco maior que uma azeitona, apresentando casca tão resistente como a do ovo de galinha. Depois de um período de 4 a 5 meses, o filhote nasce medindo entre 3 e 4 centímetros de comprimento da carapaça e pesando entre 6 e 8 gramas.

Na verdade, tem o tamanho de um besouro e só alcançará a vida adulta após 4 anos. Embora seja crime, é caçado com freqüência para consumo da sua carne, considerada de excelente sabor. Além do consumo local, também é vendido em restaurantes dos grandes centros, como Belém. A carne é servida dentro da própria carapaça do animal, que substitui o prato, sendo essa iguaria conhecida como casquinho de muçuã. Infelizmente, assim como diversos seres vivos, a espécie também sofre com o desmatamento e a poluição das águas.

Jibóia

Ordem: Squamata

Família: Boidae

Nome popular: Jibóia

Nome em inglês: Common boa

Nome científico: Boa constrictor

Distribuição geográfica: Do México ao norte da Argentina

Habitat: Matas, cerrados e caatingas

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Produz de 8 a 49 filhotes por ninhada, após gestação de 127 a 249 dias

Período de vida: Aproximadamente 20 anos



A jibóia é a mais conhecida das serpentes da família Boidae, que inclui as maiores cobras do mundo. A jibóia, com cerca de 4 m. de comprimento, é a sétima maior, atrás da sucuri, das pítons e da Cobra-rei indiana (esta a única venenosa das sete).

As cobras desta família usam seu grande corpo e enorme força para matar suas presas; em geral aves, mamíferos de médio e pequeno porte e outros répteis; através de um processo chamado de constrição. A constrição é o chamado “abraço de cobra”, e deu o nome científico a esta espécie (Boa constrictor). Quando pega uma presa, a jibóia se enrola nela e aperta firmemente, até que sente, com o corpo, que a respiração e os batimentos
cardíacos da presa cessaram. Então, abre a boca e engole a presa inteira, pois as cobras não possuem dentes para mastigar seu alimento. É muito rápida, e consegue pegar até mesmo morcegos em pleno vôo na entrada das cavernas onde eles moram!

Não é verdade que com o “abraço” a cobra tenta quebrar os ossos da vítima, embora alguns mais fracos possam se partir com a pressão. Também não é verdade que ela envenene ou marque a pele das pessoas com o bafo. Na verdade, quando assustadas, elas emitem um som agudo para tentar desestimular algum predador de se aproximar.

A jibóia é uma serpente de índole muito calma, e por muito tempo foi vendida como animal de estimação. Porém, como cresce muito, torna-se difícil de ser mantida corretamente em cativeiro sem cuidados especiais, e muita gente acaba matando a pobre serpente por falta de cuidados. Apenas criadores legalizados e com registro do IBAMA podem comercializar estes animais, que são vendidos com garantia de procedência, nota fiscal e com um
microchip eletrônico que permite que qualquer um saiba o número de registro do animal, e não o confunda com um animal capturado na natureza.

sábado, 22 de março de 2008

Jacaré-de-papo-amarelo

Ordem: Crocodylia

Família: Alligatoridae

Nome popular: Jacaré-de-papo-amarelo

Nome em inglês: Broad-snouted caiman

Nome científico: Caiman latirostris

Distribuição geográfica: Leste do Brasil (do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul), Uruguai, norte e nordeste da Argentina, Paraguai e leste da Bolívia

Habitat: Brejos, mangues, lagoas, riachos e rios

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Desova entre 17 e 50 ovos por postura, que eclodem após 70 a 80 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 50 anos


Os jacarés, juntamente com seus primos crocodilos e aligátores, surgiram na face da Terra há pelo menos 200 milhões de anos. Contemporâneos dos grandes dinossauros, também atingiram tamanhos gigantescos. O Purussaurus brasiliensis, um jacaré que viveu a 20 milhões de anos atrás, na região onde hoje fica a Bacia Amazônica, atingia cerca de 14 metros de comprimento, rivalizando em tamanho com o famoso Tyranossaurus rex.

Os jacarés sempre mostraram-se muito bem adaptados às condições de vida do planeta, sobrevivendo, inclusive, aos fatores que determinaram a extinção dos dinossauros. Apenas o homem, através da caça excessiva, poluição das águas e desmatamento, conseguiu colocar em risco a sobrevivência desses animais. Esse é o caso do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) que habita brejos, lagos, pântanos e rios desde o litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e bacias dos rios São Francisco, Paraná, Paraguai e Paraíba.

Apesar da ampla distribuição geográfica, o jacaré-do-papo-amarelo já esteve ameaçado de extinção em virtude da poluição de seu habitat e da caça predatória para a retirada do couro e consumo da carne. Com a proibição da caça a espécie se recuperou e não faz mais parte da lista de animais ameaçados de extinção. O jacaré-do-papo amarelo, juntamente com os outros crocodilianos, se destaca entre os répteis por apresentar cuidados com a sua prole.

O macho forma uma harém e após a cópula, que ocorre no verão, a fêmea constrói o ninho próximo à água usando folhas secas e fragmentos de plantas, cobrindo-o com folhas e areia. Em média são postos de 25 a 30 ovos, e nesta época, a fêmea se torna mais agressiva permanecendo perto do ninho para evitar o ataque de predadores como o lagarto teiú e o quati. O sol e a fermentação dos vegetais no ninho proporcionam o calor necessário à incubação que varia de 70 a 90 dias.

Próximo à eclosão é possível ouvir a vocalização dos filhotes, ainda dentro dos ovos, chamando a mãe. Ela então, desmancha o ninho usando os membros anteriores e posteriores, e o focinho. Caso algum filhote tenha dificuldade ao nascer, a mãe o ajuda e posteriormente ela carrega cada um na boca até a água, cuidadosamente. O macho cuida dos recém-nascidos que já estão na água e ambos os pais permanecem próximos aos filhotes, protegendo-os, ainda por um período de tempo.

Apesar de toda essa proteção, os filhotes precisam se alimentar sozinhos e quando pequenos comem insetos e invertebrados. Os adultos atingem até 2,5 metros de comprimento e se alimentam de caramujos, peixes, aves e pequenos mamíferos. Como todos os crocodilianos, tem uma vida longa e, provavelmente, pode ultrapassar os 50 anos de idade. Ao contrário dos mamíferos, quanto mais velho, torna-se maior e mais forte.

Embora os jacarés assustem as pessoas pelo seu tamanho e aspecto pré-histórico, são animais extremamente importantes para o equilíbrio ecológico, pois agem na cadeia alimentar controlando as espécies que fazem parte da sua dieta, além de controlarem a população dos caramujos transmissores de doenças, como a esquistossomose (barriga d’ água). Além disso, suas fezes servem de alimento a peixes e a outros seres aquáticos

GAVIAL-DA-MALÁSIA

Ordem: Crocodylia

Família: Crocodylidae

Nome popular: Gavial-da-malásia

Nome em inglês: False gharial

Nome científico: Tomistoma schlegelii

Distribuição geográfica: Malásia e Indonésia

Habitat: Rios, lagos e pântanos

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Desova entre 20 e 60 ovos por postura, que eclodem após 70 a 90 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 50 anos


Quando falamos em gavial, muitas pessoas não sabem dizer ao certo de qual animal se trata. Normalmente costumam associar a uma ave e não a um réptil como de fato é.
O gavial-da-malásia (Tomistoma schlegelii) é um membro pertencente ao grupo dos crocodilianos, do qual fazem parte os crocodilos, jacarés e gaviais. Apesar do nome, este animal está mais próximo de ser um crocodilo do que um gavial, uma vez que algumas características morfológicas o fazem pertencer à família Crocodylidae. O verdadeiro gavial (Gavialis gangenticus) é o único membro da família Gavialidae. Ele possui tipicamente um focinho alongado e fino com muitos dentes, lembrando um peixe-espada, sendo assim um especialista em caçar peixes. O gavial-da-malásia possui esse nome devido à semelhança de seu focinho com o do verdadeiro gavial, podendo ser chamado também de falso-gavial.
A distribuição geográfica do gavial-da-malásia se restringe à Indonésia e Malásia, sendo que até pouco tempo ocorria na Tailândia e Vietnã, mas hoje em dia é considerado extinto nestas regiões. Esta espécie freqüenta lagos de água doce, rios e pântanos, dando preferência a águas mais paradas ou vias fluviais lentas.
Sua alimentação é baseada principalmente em peixes, mas também fazem parte de sua dieta insetos e mamíferos. Assim como todos os crocodilianos, o falso-gavial cresce conforme a alimentação, podendo ultrapassar 5 metros de comprimento.
Quanto à reprodução, como a maturidade sexual depende do tamanho, a fêmea do falso-gavial só estará pronta para se reproduzir quando atingir cerca de 2,5 de comprimento. Ela desova de 20 a 60 ovos que ficam incubados por 90 dias, dos quais irão nascer filhotes prontos para enfrentar a vida sozinhos. Dentre os crocodilianos, esta é uma das poucas espécies que não possui cuidado parental, assim os filhotes estão muito mais suscetíveis a predadores e poucos chegam à fase adulta. Os predadores naturais que mais caçam filhotes são mamíferos (como porcos selvagens) e répteis, mas esse tipo de predação é benéfico para a população da espécie, fazendo com que ela se mantenha equilibrada ao meio ambiente.

Quando adulto, o gavial-da-malásia se encontra no topo da cadeia alimentar, não possuindo predadores naturais. Porém, o único ser que lhe oferece ameaça, causando o desequilíbrio da população, é o ser humano, pois devido à destruição de habitat e caça para comercialização de peles, o gavial-da-malásia entrou para a lista de animais ameaçados de extinção. Atualmente existem programas de conservação que estão lutando para reverter este quadro, tentando evitar que mais uma espécie desapareça da face da Terra pelas ações do homem.

Suaçubóia

Ordem: Squamata

Família: Boidae

Nome popular: Suaçubóia

Nome em inglês: Amazon tree boa

Nome científico: Corallus hortulanus

Distribuição geográfica: América central e do sul, até o Paraná.

Habitat: Florestas tropicais.

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Vivípara, com sete a quinze filhotes nascidos plenamente formados após gestação de seis ou sete meses.

Período de vida: Mais de quinze anos



A suaçubóia, chamada cientificamente por Corallus hortulanus, é encontrada na América Central e na América do Sul, sendo comum nas regiões Norte, Nordeste e parte da região Sudeste do Brasil. Seu nome, de origem indígena, significa “Cobra veado”, pois sua cor é semelhante à destes animais (Suaçú = veado, Bóia = cobra).

No estado de São Paulo, pode ser encontrada na Mata Atlântica.

De hábitos arborícolas, pode passar grande parte do seu tempo enrolada em uma árvore. É um animal noturno, que começa a ficar ativo durante o crepúsculo, sendo bastante agressivo; quando se sente ameaçado, pode exalar um odor desagradável e defecar para afastar o inimigo.

Chega a atingir até 180 cm de comprimento, embora não seja robusto como a jibóia.

O comprimento total dos filhotes varia de 35 a 50 cm. A espécie pode gerar filhotes de diferentes cores em uma mesma ninhada, variando desde tons alaranjados até mesclas de cinza e creme. Não é uma espécie peçonhenta, possuindo dentição áglifa (ou seja, não tem dentes especializados para inocular veneno).

Sua alimentação consiste basicamente de lagartos, aves, pequenos roedores e até mesmo morcegos, que matam por constrição (como fazem as jibóias e sucuris). Uma característica incomum das serpentes deste gênero é a presença de fissuras labiais especializadas para detecção de presas de sangue quente, que se parecem com uma fileira de “favos” quadrados em quase toda a volta da boca.

sexta-feira, 21 de março de 2008

UIRAÇU

Ordem: Falconiformes

Família: Accipitridae

Nome popular: Uiraçu

Nome em inglês: Crested Eagle

Nome científico: Morphnus guianensis

Distribuição geográfica: América do Sul e Central

Habitat: Florestas

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: 1 ovo que eclode após 45 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 30 anos


Os falconiformes são aves impressionantes, que com sua velocidade, força e imponência conseguem impressionar e fazer admiradores por todas as partes do mundo. No Brasil, há um grupo, chamado de “águias brasileiras” ou “águias de penacho”, que reúne aves dos gêneros Spizaetus, Morphnus, Harpia e Spizastur.

Uma das espécies menos conhecidas é o Uiraçú, (Morphnus guianensis), também chamado de águia de crista. É uma ave de grande porte, e dentre suas presas há animais como macacos, outras aves, gambás, cobras e até espécies de mamíferos noturnos, como juparás. Seu grande tamanho, quase igual ao de uma harpia e maior que as águias européias a faz um ilustre desconhecido, merecedora de mais estudos para a compreensão de seus hábitos e ecologia.

É uma ave que suporta mal a convivência com o homem, e raramente é encontrada onde o ser humano estabelece-se. Prefere matas fechadas, onde pode encontrar suas presas em abundância. É uma espécie que sofre muito com o desmatamento e com a caça, pois se afasta assim que percebe uma diminuição na quantidade de presas de seu habitat. Assim, muitas delas acabam sendo empurradas para áreas pequenas, onde a competição com outras espécies e com outras populações acaba por fazer seu número diminuir.

Assim como muitas outras, corremos o risco de fazer com que ela desapareça da natureza antes de compreender mais sobre uma ave tão nobre e de tão peculiar comportamento.

Coruja da Igreja, Suindara

Ordem: Strigiformes

Família: Tytonidae

Nome popular: Coruja-da-igreja, Suindara

Nome em inglês: Barn owl

Nome científico: Tyto alba

Distribuição geográfica: Todo Brasil, América do Sul até Terra do fogo.

Habitat: Grutas, meio urbano e árvores, áreas cultivadas.

Hábitos alimentares: Pequenos vertebrados (roedores, marsupiais, morcegos, anfíbios, répteis e pequenas aves.

Reprodução: 30 a 40 dias de incubação, 3 a 4 ovos brancos, postos no substrato ou sobre uma camada de pelotas de regurgitação desfiada. Os jovens abandonam o ninho com 9 a 12 semanas de vida.

Período de vida: Em cativeiro podem viver aproximadamente 20 anos.


Poucos animais predadores se aproximaram do homem desde que este começou a se organizar em sociedades como fez a coruja-de-igreja ou Suindara (Tyto alba). Até um de seus nomes populares refere-se a uma de suas características: fazer seus ninhos no alto de construções humanas, onde pode ter paz e ficar perto do homem.

Na verdade, a suindara não quer estar perto do homem, a quem respeita e prefere fugir quando se aproxima, mas sim de outro animal que gosta do convívio com ele: o rato. Com o advento da agricultura e da estocagem de alimentos, o ser humano atraiu este animal para perto de si, e suas construções, esgotos e poluição permitiram a ele manter-se como sinantrópico (animal sinantrópico é aquele que se aproveita da convivência com o homem mas de forma indesejada).

Ainda bem que a suindara se alimenta de destes transmissores de doenças e destruidores de alimentos. E é bem equipada para isso. As corujas são um grupo de aves caçadoras que adaptou-se para a caça de presas noturnas, e assim possuem caracteres únicos.
Por exemplo, os grandes olhos das corujas são capazes de captar quantidades minúsculas de luz, enxergando até quando nós já deixamos de ver alguma coisa faz tempo. E enxergam tão bem de dia como de noite, muito longe. Porém, isso tem um preço. Ela não consegue mover os olhos. Assim, desenvolveu enorme flexibilidade no pescoço, girando até 270º e praticamente conseguindo ver o que está acontecendo atrás de si sem mover o corpo.

E ainda mais: as corujas possuem um disco facial de penas no rosto, que na suindara é em forma de coração, agindo como uma “antena parabólica” captando sons e direcionando-os para seus ouvidos, que são postos em alturas diferentes de cada lado da cabeça. Assim, mesmo que não consiga enxergar absolutamente nada, uma coruja consegue ouvir exatamente o lugar onde sua presa está escondida. Então pousa sobre ela com suas grandes garras, que se abrem de modo a atingir a maior área possível, para agarrá-la.

Para não ser ouvida enquanto ataca, as corujas tem asas com forma e penas especiais, que emitem o mínimo possível de som quando ela voa.

A suindara habita todo o mundo, exceto regiões muito frias e desérticas, e talvez seja a ave não-marinha de maior distribuição natural no planeta. E em muitos lugares, infelizmente, ainda é alvo de preconceito. Há quem atire pedras e expulse-as quando as vê. Mas quem age assim é, talvez, por que prefira um rato a passear por sua casa ao invés de apreciar esta ave elegante e bela protegendo-a.

Mutum-do-Sudeste

Ordem: Galliformes

Família: Cracidae

Nome popular: Mutum-do-sudeste

Nome em inglês: Red-billed curassow

Nome científico: Crax blumenbachii

Distribuição geográfica: Sudeste do Brasil

Habitat: Floresta úmida

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: 1 ovo que eclode após 32 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 20 anos


O Mutum-do-sudeste ou Mutum do Espírito Santo (Crax blumenbachii) , é uma ave da família dos Cracídios, endêmica da Mata Atlântica. São aves de grande porte que apresentam um comprimento total variando entre 80 e 93 cm e peso em torno de 3 a 3,5 kg.

Possuem plumagem negra e brilhante na parte superior do corpo. Os machos apresentam uma área vermelha sobre o bico e plumagem branca na região ventral, existindo, portanto, dimorfismo sexual, ou seja, é possível diferenciar o macho da fêmea, pela aparência externa.

Os mutuns não são bons voadores. Limitam-se a vôos curtos e se cansam facilmente. Passam boa parte do tempo no solo à procura de alimento tais como sementes e frutos caídos, pequenos animais (insetos, aranhas, centopéias e caracóis) e folhas. Empoleiram-se para dormir, ou para apanhar alguns frutos.

Existem evidências de que na natureza estas aves sejam monogâmicas. A maturidade sexual se dá em torno de 2,5 a 3 anos de idade. Na época do acasalamento o macho constrói o ninho no alto das árvores, “dança” e vocaliza para atrair a fêmea.
Em cativeiro as posturas, em geral, são de 2 ovos e o tempo de incubação é em torno de 30 dias. Ambos os pais cuidam dos filhotes até aproximadamente 4 meses.

Os mutuns estão em extinção devido à caça e principalmente à destruição de seu habitat. Atualmente, são consideradas Globalmente em Perigo pelo Bird Life e IUNC. Pesquisas indicam que existem menos de 250 indivíduos em vida livre e cerca de 880 em cativeiro.

Avestruz

Ordem: Struthioniformes

Família: Struthionidae

Nome popular: Avestruz

Nome em inglês: Ostrich

Nome científico: Struthio camelus

Distribuição geográfica: África

Habitat: Savanas e estepes

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: Várias fêmeas botam os ovos que são incubados durante 42 dias pelo macho

Período de vida: 60 anos



O avestruz é a maior ave viva, e atinge uma altura de até 2,75 metros nos machos adultos, com peso de até 160 kg. Sua cor é branca e preta, enquanto as fêmeas, como ocorre em muitas aves, têm cores mais discretas, em tons de cinza, e seu tamanho é um pouco menor, com no máximo 1,90 metro com peso de até 110 quilos.

Em seu habitat natural, os avestruzes enfrentam as severas condições do deserto do Saara ou das savanas, onde convivem com gnus, hienas, antílopes e leões. Em um ambiente tão difícil e competitivo, precisam ser munidas de boas adaptações ao seu meio, ou não sobreviveriam.

A altura é importante para que possa observar o movimento de filhotes ou a aproximação dos predadores para iniciar uma fuga (alcançam até 70 km/h em corridas curtas, ou conseguem manter a velocidade de 50 km/h em corridas longas). As asas, apesar de não permitirem o vôo, dão equilíbrio e direção quando em grande velocidade, e podem ser eriçadas para amedrontar um possível inimigo, fazendo com que o avestruz pareça ainda maior do que já é.

É mentira que quando assustados os avestruzes escondem a cabeça na areia. Como ciscam constantemente no chão, um observador que os veja entre as ondulações da paisagem provocadas pelo calor ascendente pode pensar que estão de pescoço enterrado. O fato de os avestruzes deitarem-se no chão para descansar ou de ficar encolhidos esperando que um animal ameaçador passe também podem ter reforçado esta lenda.
A falta de comida na natureza fez do avestruz uma ave pouco exigente com seu cardápio. Tudo pode ser explorado como alimento, contanto que caiba em seu bico e estômago, que aliás é bem grande. Pode viver muitos dias sem água, ou até mesmo ficar completamente sem ela se tiver alimento úmido (como plantas suculentas). Quando se abaixam para comer ou beber, os avestruzes levantam-se constantemente, em intervalos irregulares, a fim de não deixar um possível predador calcular quando tempo ele ficará distraído.

Suas poderosas patas podem dar chutes fortes o bastante para quebrar ossos, e até seus ovos são grandes. Alcançam até 1,5 kg de peso, e sua casca dura às vezes demora mais de um dia para ser quebrada pelo filhote quando ele nasce, o que acontece na época de chuvas.

Alguns fazendeiros descobriram há anos que o avestruz é uma excelente ave para ser criada em cativeiro. Em alguns lugares, a criação comercial de avestruzes acabou com a caça e dá mais lucro que a criação de gado convencional. Há até fábricas de ração de avestruzes hoje em dia. Ainda assim, ele corre risco de desaparecer em alguns lugares da África onde a fome e a miséria são problemas constantes. Das subespécies conhecidas, uma não é encontrada desde a década de 1960.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Coruja Pescadora

Coruja Pescadora
(Ketupa zeylonensis)

Durante a história da humanidade, as corujas simbolizaram algumas vezes o conhecimento, a sabedoria, como quando a coruja era conhecida como a ave símbolo da deusa da sabedoria, Atena, dos gregos. Mas também a morte ou um elo de ligação com o mundo espiritual. Na maioria das culturas ocidentais, as opiniões sobre as corujas se transformam com o decorrer dos tempos. Podendo portanto servirem tanto como indicadores das condições de seu habitat como podem indicar o comportamento cultural e religioso local e de como o ser humano se relaciona com a terra.

Seu olhar sempre atento, hábitos noturnos e vocalização criaram muitas lendas para estas aves. Encontramos a figura da coruja representada nas mais variadas formas de cultura, como por exemplo entre os Cherokees norte-americanos, no folclore russo, no mexicano e até entre os aborígines da Austrália.
Entretanto, em algumas culturas, as corujas simbolizaram o mal, o demoníaco, ou uma ligação com a morte e por isso eram temidas, atacadas e mortas. Hoje, ainda temos várias lendas com as mesmas conotações, mas a coruja possui agora um grande respeito com a compreensão dos papéis que ela ocupou no desenvolvimento cultural de cada povo.

Coscoroba

Ordem: Anseriformes

Família: Anatidae

Nome popular: Coscoroba

Nome em inglês: Coscoroba Swan

Nome científico: Coscoroba coscoroba

Distribuição geográfica: América do Sul

Habitat: Lagos e pântanos

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: De 2 a 9 ovos que eclodem após 35 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 25 anos



A Coscoroba é uma das sete espécies chamadas de “cisnes” do mundo. Além dela, apenas o cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melanocoryphus) também é natural da América do sul. Apesar disto, as outras espécies foram trazidas para cá já na época da colonização, e hoje não é incomum encontrar até mesmo as sete espécies vivendo juntas em alguns lagos.

Diferente da maioria dos outros Anseriformes, a coscoroba consegue se alimentar em áreas secas, embora ainda prefira encontrar seu alimento nas margens rasas de lagos e rios. Voa muito bem, e habita regiões próximas do cisne-de-pescoço-preto. Porém, não compete com este por alimento ou territórios, pois preferem tipos diferentes de locais de alimentação. Enquanto o cisne-de-pescoço-preto prefere águas mais profundas e alimenta-se principalmente de plantas, a coscoroba alimenta-se nas águas mais rasas e além de plantas ocupa muito de seu tempo procurando por pequenos animais.

O ninho costuma ser muito bem protegido, sendo até no meio de lagos rasos, bem distante da margem, se os pais perceberem que esta é a melhor forma de assegurar a incubação e criação segura dos filhotes. Normalmente são de 4 a 6 ovos, mas posturas de até 9 ovos podem ocorrer.

Ainda assim, a coscoroba não é tão comum quanto seus parentes. Sofreu mais com a degradação ambiental imposta aos mangues e brejos em que vive, e seu número é bem menor que no passado. Muitas pessoas julgam que estes ambientes não possuem importância, esquecendo-se que diversas espécies animais, de peixes e invertebrados a aves como a coscoroba, necessitam deles para sua reprodução. Os aterros irregulares, a drenagem de campos inteiros para a agricultura e a contaminação que recebem como se fossem “depósitos de lixo” provocam o declínio das espécies que ali criam as próximas gerações, e muitos percebem tarde demais as conseqüências disto no aumento de doenças, diminuição da pesca e perda de importantes espécies.

Condor

Ordem: Cathartiformes

Família: Cathardidae

Nome popular: Condor

Nome em inglês: Andean Condor

Nome científico: Vultur gryphus

Distribuição geográfica: Oeste da América do Sul

Habitat: Regiões montanhosas

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: 1 ovo que eclode após 58 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 40 anos



O Condor é não apenas o maior representante de sua família, que inclui ainda os urubus, mas também a segunda maior ave voadora do mundo, com uma envergadura alar (comprimento de uma ponta de asa à outra) que ultrapassa os três metros! Pouco menos que o albatroz, uma ave marinha que chega até 3,6 m de envergadura alar.

Durante algum tempo perguntou-se como uma ave tão grande era capaz de voar. Estudando-o descobriram que o condor praticamente não gasta energia durante seu vôo, usando as correntes de ar quente ascendente para se manter no ar. As asas grandes e largas são perfeitamente moldadas pela natureza para este planeio, e assim permitirem ao condor usar por muito tempo sua visão telescópica para procurar lá do alto as carcaças de animais terrestres e marinhos de que se alimenta.

O condor era um animal sagrado para os antigos Incas, povos nativos que habitavam a cordilheira dos Andes. Na cidade sagrada de Machu-Pichu há diversas representações do condor, considerado “A alma dos Andes”. Seu habitat, a mais de três mil metros de altitude, o protegeu da caça excessiva, mas ainda assim ele é considerado vulnerável à extinção.

Na época da reprodução os condores reúnem-se aos pares para nidificar. Os machos diferenciam-se das fêmeas por uma crista carnuda que possuem sobre a cabeça. O casal encontra uma ponto seguro em uma montanha alta e escarpada, e lá colocam um ovo, que é incubado por dois meses. O filhote só começará a voar após seis meses, e só terá a cor de adulto após seis anos! Isso significa que, embora tenham vida longa (há quem diga que podem ultrapassar 50 anos de vida), o número de filhotes que podem ter durante a vida não é grande. Tal lentidão, comum em animais tão grandes, faz com que a espécie seja muito suscetível a impactos causados pelo homem.

O condor-californiano (Gymnogyps californianus) foi quase extinto, chegando ao alarmante número de apenas vinte exemplares vivos! Desde a década de 1980, esforços enormes têm sido despendidos para fazer com que a população se recupere, mas a espécie foi considerada extinta na natureza. Hoje, tenta-se a reintrodução de condores nascidos em zoológicos no seu habitat, mas ainda não há segurança de que ele possa sobreviver enquanto a população local não seja educada para ajudar na sua conservação.

Colhereiro

Ordem: Ciconiformes

Família: Threskiornithidae

Nome popular: Colhereiro

Nome em inglês: Roseate spoobill

Nome científico: Platalea ajaja

Distribuição geográfica: Habita a região neotropical, distribuindo-se do sul dos EUA à Argentina, ocorrendo
também em áreas do Equador e Peru.

Habitat: Mangue e alagados

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Postura de 2 a 3 ovos, incubação de 22 dias

Longevidade: Entre 10 e 15 anos

O colhereiro (Platalea ajaja) habita a região neotropical, distribuindo-se do sul dos EUA à Argentina, ocorrendo também em áreas do Equador e Peru. O formato de seu bico, que é comprido e possui uma “colher” na extremidade, deu origem a seu nome popular.
Habita ambientes aquáticos, como praias lamacentas e manguezais, e realiza migrações sazonais. Peneira a água, sacudindo e mergulhando o bico à procura de alimento, dentre eles peixes, insetos, camarões, moluscos e crustáceos. A presença de algumas substâncias nestes itens alimentares, chamadas carotenóides, dão uma coloração rosada ao colhereiro, que se torna mais intensa na época reprodutiva.
A fêmea geralmente realiza a postura de 2 a 3 ovos que são incubados por cerca de 22 dias. Após 6 semanas o juvenil começa a voar e aos 3 anos de idade atinge a maturidade sexual e apresenta a plumagem adulta. Chega a viver entre 10 e 15 anos.
O colhereiro, também conhecido por ajajá, é um animal gregário, ou seja, que vive em bandos. Ele nidifica em colônias e constrói o ninho com gravetos e talos secos de gramíneas em árvores. As colônias costumam ser mistas, englobando outras espécies de aves, como biguás e garças.

Mundialmente não está ameaçado de extinção, porém encontra-se em perigo em algumas localidades, como no Pantanal e no estado de Minas Gerais. O colhereiro é uma ave indicadora da boa qualidade ambiental, pois é muito sensível e não resiste à poluição e à contaminação do meio ambiente, principalmente da água.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Papa-vento

Ordem: Squamata

Família: Polychrotidae

Nome popular: Papa-vento

Nome em inglês: Green lizard

Nome científico: Enyalius iheringii

Distribuição geográfica: Do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul

Habitat: Mata Atlântica

Hábitos alimentares: Insetívoro

Reprodução: Desova entre 05 e 15 ovos por postura, que eclodem após 70 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 10 anos



O Papa-vento (Enyalius iheringii) é um dos lagartos mais comuns do estado de São Paulo, encontrado até mesmo em parques nas grandes metrópoles. São grandes comedores de insetos, principalmente cupins e formigas, que costumam capturar na parte mais baixa dos troncos de árvores, onde passam a
maior parte do seu tempo. Esta dieta os torna muito importantes para evitar a superpopulação destes insetos que podem ser prejudiciais.

Tanto é que sua época de reprodução coincide com o aumento da temperatura e, portanto, com o aumento do número de insetos da mata. As fêmeas têm entre dez e quinze a quinze cm quando atingem a idade reprodutiva, e sua postura é realizada, em geral, no auge do verão, e ao eclodirem, no outono, ainda há insetos o bastante para alimentar bem os filhotes. Quando adultos, elas podem chegar até 35 cm, e eles, até 30 cm.

Algumas pessoas chama o papa-vento de camaleão, devido à sua semelhança com o camaleão verdadeiro, que vive apenas na África. Porém, apesar de poder mudar o tom de sua coloração entre claros e escuro, ele não o faz rapidamente nem com tanto detalhamento como faz o camaleão. Ainda assim, é um animalzinho que se vale muito mais da camuflagem para se defender que da agressividade, e você pode estar a menos de um metro de um deles e não conseguir vê-lo. Se encurralado, não teme dar grandes saltos para fugir de seus predadores, mesmo que caiam de alturas consideráveis.

Geralmente, é encontrado na folhagem que recobre o solo e nas partes baixas das árvores, mas podem mesmo dividir o topo das árvores com lagartos como o Iguana ou as rochas com o lagarto preto. Mas só as pessoas com os olhos bem atentos conseguem vê-lo.

Tartaruga-do-amazonas

Ordem: Testudines

Família: Pelomedusidae

Nome popular: Tartaruga-do-amazonas

Nome em inglês: South american river turtle

Nome científico: Podocnemis expansa

Distribuição geográfica: Norte da América do Sul, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco

Habitat: Rios e lagos

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: Desova entre 40 e 160 ovos por postura, que eclodem após 45 a 80 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 50 anos



A tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) na verdade é um cágado, istoé, um quelônio aquático que encolhe seu pescoço lateralmente para dentro da carapaça. Os cágados são quelônios de uma subordem chamada pleurodira, que seguiram um caminho evolutivo diferente do seguido pela maioria das outras tartarugas, que encolhem o pescoço em “S” e para dentro.

É o maior quelônio da América do sul. Atinge facilmente 50 kg, mas algumas chegam a até 75 kg e um casco de 90 cm de comprimento. Por isso, foram muito caçadas, e ainda o são por povos ribeirinhos da floresta, por sua carne e pelos seus ovos. Hoje, busca-se equilibrar o quanto se pode caçar deste animal com a reposição de indivíduos pela reprodução, e a apanha de
ovos foi proibida. Alguns projetos pretendem inclusive estabelecer formas de criação em cativeiro para aumentar o número de tartarugas da Amazônia.

Apesar de serem muito prolíficas, botando por volta de cento e vinte ovos em covas cavadas à beira dos rios, e de milhares de tartarugas colocarem seus ovos juntas no período de postura, são poucas as que conseguem atingir a idade adulta, pois muitos animais se alimentam das jovens tartaruguinhas da Amazônia.

As fêmeas são bem maiores que os machos, que por sua vez tem uma cabeça proporcionalmente maior que elas. Vivem harmoniosamente até mesmo com jacarés depois de um certo tamanho, pois seu casco resistente a mantém segura contra os dentes destes animais.

Uma curiosidade sobre esta espécie é que as linhas que formam bonitos desenhos em sua cara são como impressões digitais, e não se repetem de uma tartaruga para outra. Assim, podem ser usados para identificar diferentes indivíduos para a realização de estudos.

Sinimbu

Ordem: Squamata

Família: Iguanidae

Nome popular: Sinimbu

Nome em inglês: Common iguana ou green iguana

Nome científico: Iguana iguana

Distribuição geográfica: Do México ao Brasil Central e Paraguai

Habitat: Florestas úmidas e áreas de caatinga

Hábitos alimentares: Herbívoro

Reprodução: Desova entre 30 e 40 ovos por postura, que eclodem após 60 a 75 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 15 anos


O sinimbú (Iguana iguana) é um dos mais populares e maiores lagartos das Américas, ocorrendo desde o México até o norte da América do Sul. Também conhecido popularmente como iguana-verde ou camaleão, esse lagarto, no Brasil, pode ser encontrado tanto na Caatinga como em florestas úmidas da Amazônia. Sua coloração varia conforme a região que habita, podendo existir exemplares acinzentados, esverdeados ou alaranjados.

Dependendo do clima ou da época do ano ele pode mudar de cor, justificando o nome popular camaleão, sendo que na época reprodutiva os machos ficam com cores bem vivas para atrair as fêmeas. É um animal arborícola, passando a maior parte do tempo encima das árvores próximas de rios, mas isso não o impede de ser um bom nadador. Ao sinal de perigo ele se joga na água da altura que estiver e sai nadando para poder se afastar do inimigo.

Tem hábitos diurnos e sua alimentação consiste basicamente de vegetais, embora eventualmente possa se alimentar de insetos. O sinimbú é um lagarto ovíparo e realiza apenas uma desova por ano, com uma média de 30 ovos. O início da estação reprodutiva é caracterizada pela hierarquia imposta pelo macho dominante. Nesse período, os machos costumam designar amplos territórios com um harém de várias fêmeas.

A invasão de outros machos resulta em brigas ferozes sendo que o perdedor pode sair muito machucado ou até mesmo morrer. Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, ou seja, o macho é diferente da fêmea. Os machos são maiores, possuem cristas nucais e dorsais mais desenvolvidas, suas escamas abaixo do tímpano são maiores, a papada é muito mais desenvolvida, além dos poros localizados na parte inferior da coxa, que produzem secreções parecidas com escamas para marcar território e atrair fêmeas.

A popularidade do sinimbú fez com que ele fosse visto por muitos como um animal de estimação, sendo comum as pessoas o adquirirem. Infelizmente, muitos acabam sendo abandonados tanto em instituições como em um meio natural do qual não fazem parte. Isso acontece porque a maioria das pessoas não faz idéia de que o pequeno lagarto verde que comprou se tornará um grande lagarto, que pode alcançar cerca de 1,75m, sendo que dois terços correspondem a cauda, e peso entre 4,5 e 6,8Kg.

terça-feira, 18 de março de 2008

Lagarto de língua azul

Ordem: Squamata

Família: Scincidae

Nome popular: Lagarto de língua azul

Nome em inglês: Eastern blue tongued skink

Nome científico: Tiliqua scincoides

Distribuição geográfica: Norte e Leste da Austrália

Habitat: campos e regiões semi -desérticas

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: Vivíparos, gestação de 120dias aproximadamente, de 5 a 15 filhotes

Período de vida: 20 anos.


UM LAGARTO MUITO PECULIAR

Vocês já devem ter mascado goma de mascar ou ingerido algum líquido que deixa a língua colorida por alguns instantes, mas imagine que isto fosse permanente, ou seja, a língua fosse da cor azul. Pois é, para nós seres humanos isto não passa de uma brincadeira, mais para um réptil australiano chamado lagarto da língua azul (Tiliqua scincoides), este colorido faz muita diferença.

Existem oito espécies deste gênero e todas possuem a língua azul, com exceção de uma espécie que a língua é rosa. Esta característica tão peculiar serve como defesa de ameaças de predadores como aves de rapina e grandes serpentes, pois quando ameaçado abre a boca mostrando sua língua colorida, e como na natureza cores fortes quase sempre representam perigo, os predadores podem sentir-se acuados. Mas caso esta estratégia não funcione ele também possui uma mordida bastante forte.

São animais onívoros, sua dieta consiste de frutas, legumes, verduras, pequenos vertebrados e invertebrados, utilizam sua potente mordida para quebrar conchas de caracóis e outros insetos com exoesqueleto resistente.

Os lagartos de língua azul são diurnos e terrestres, com grande habilidade para subir em árvores, apesar de terem pernas bem curtas. Por apresentar esta característica, não é considerado um exímio corredor, mais caso precise ser rápido, junta seus membros ao corpo e desliza com movimentos laterais como se fosse uma serpente.

Estes lagartos possuem cabeça triangular, coloração cinza ou marrom, com listras escuras no dorso e na cauda, ventre amarelado, olhos pequenos e de coloração marrom avermelhada ou acinzentada e medem cerca de 60cm de comprimento e 700 gramas de peso.

Os machos têm a cabeça mais larga e são maiores que as fêmeas. Este grupo ainda apresenta mais uma peculiaridade, são vivíparos, isto é, os embriões se desenvolvem no oviduto da mãe com a ajuda de uma placenta bem desenvolvida, semelhante à dos mamíferos.

A gestação dura aproximadamente 120 dias e nascem de 5 a 15 filhotes que parecem miniaturas dos adultos. A coloração muda conforme o crescimento e chegam a fase adulta por volta dos 3 anos.

Os lagartos de língua azul são muito comercializados, principalmente nos Estados Unidos, como animais de estimação por adaptar se bem ao cativeiro e serem dóceis. Isto fez com que a população destes animais diminuísse drasticamente, proibindo assim a retirada destes animais da natureza para comercialização, permitindo a venda legal apenas dos lagartos nascidos em cativeiro.

Lagartixa-leopardo

Ordem: Squamata

Família: Gekkonidae

Nome popular: Lagartixa-leopardo

Nome em inglês: Leopard gecko

Nome científico: Eublepharis macularius

Distribuição geográfica: Afeganistão, noroeste da Índia e Paquistão

Habitat: Desertos e regiões montanhosas

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Desova entre 01 e 02 ovos por postura, que eclodem após 42 a 84 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 08 anos



A lagartixa-leopardo é uma das parentes mais próximas e belas da nossa lagartixa comum. Assim como ela, tem a capacidade de subir pelas paredes auxiliada por uma estrutura especial nos dedos, dobras de pele que aderem a superfícies tão lisas como o vidro, e permitem que as lagartixas cacem até mesmo de ponta-cabeça seu alimento preferido, os insetos e aranhas.

As lagartixas são um dos maiores grupos de répteis, e há mais de 400 espécies da família gekkonidae pelo mundo todo. Todas são de pequeno porte, raramente ultrapassando vinte cm de comprimento, e seu sucesso deve-se à sua extraordinária adaptação a seu modo de vida.

Os olhos das lagartixas são muito bons, para mirarem as presas com perfeição. Seu desenho estranho, com uma fenda central, permite que a quantidade de luz que chega à retina seja regulada com perfeição, podendo assim a lagartixa caçar tanto sob o sol como à noite. Se o olho fica sujo, elas passam a língua, grande e achatada, por cima dele para limpá-lo, como se usassem um limpador de pára-brisa.

Os ovos duros e redondos das lagartixas são colocados em frestas de troncos, rochas ou até mesmo de paredes de casas, e ficam colados por uma substância especial produzida pela mãe, impedindo a queda do ovo.

E ainda por cima, quando uma lagartixa é cercada por um predador, ela pode soltar parte de sua cauda, provocando uma distração e fugindo enquanto a cauda fica, depois de algum tempo, a cauda cresce de novo.

A lagartixa-leopardo é uma das poucas espécies da família que habita regiões montanhosas e desérticas, mas as habilidades da família a fazem ter boas chances de sobrevivência mesmo em um habitat tão inóspito quanto este.

Cágado-Cabeçudo

Ordem: Testudines

Família: Chelidae

Nome popular: Cágado-Cabeçudo

Nome em inglês: Vanderhaege's Toadhead Turtle

Nome científico: Bufocephala vanderhaegei

Distribuição geográfica: Bacias dos rios Paraguai e Paraná e na periferia da bacia Amazônica, compreendendo o norte da Argentina, o Paraguai e o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil

Habitat: Floresta Amazônica e cerrado

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Desova entre 1 e 14 ovos por postura e incubação de aproximadamente 321 dias

Período de vida: Aproximadamente 20 anos


Muitos o chamam de tartaruga, mas na verdade ele é um cágado, pois apresenta um pescoço comprido e quando recolhe a cabeça para dentro do casco, o faz dobrando-a de lado. No Brasil, existem 16 diferentes espécies de cágado, 6 delas ocorrendo no estado de São Paulo.

O cágado cabeçudo é uma dessas espécies. O seu nome não faz menção a uma possível teimosia, mas sim ao tamanho avantajado da sua cabeça que garante, quando necessário, uma boa mordida. Os cientistas o conhecem como Bufocephala vanderhaegei e além de ocorrer nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, também ocorre no Paraguai, na Argentina e, possivelmente, no Uruguai e na Bolívia.

O acasalamento ocorre entre setembro e janeiro, durante a primavera e o verão, sempre dentro d’água. As desovas ocorrem posteriormente, de janeiro a junho, com o maior número sendo observado em abril. Os ovos são enterrados em um ninho aberto no solo e, embora o número de ovos por postura possa variar de 1 a 14, em média fica em torno de 6 a 7 ovos.

Eles apresentam casca dura e lisa, semelhante à do ovo de galinha, apresentando coloração creme. O formato é ligeiramente alongado e o peso gira em torno de 14,5g. Sabe-se que uma fêmea pode realizar mais de uma postura por ano. As fêmeas adultas são maiores que os machos, podendo alcançar 25 centímetros de comprimento do casco e 1.500 gramas de peso.

Trata-se de uma espécie praticamente desconhecida em termos da sua história natural, o que levou os pesquisadores do Setor de Répteis do Zoológico de São Paulo a se preocuparem com essa falta de informações. Estudando a espécie no zôo, descobriram vários aspectos da biologia e do comportamento do cágado cabeçudo.

Tracajá

Ordem: Chelonia

Família: Pelomedusidae

Nome popular: Tracajá

Nome em inglês: Yellow-spotted Amazon River Turtle

Nome científico: Podocnemis unifilis

Distribuição geográfica: Norte, nordeste e Centro-oeste da América do Sul.

Habitat: Rios de floresta tropical.

Hábitos alimentares: Onívoro, alimentando-se também de plâncton fluvial.

Reprodução: Postura de quinze a trinta ovos em buracos na margem dos rios.

Período de vida: entre sessenta e noventa anos



O tracajá (Podocnemis unifilis) é uma espécie de cágado comum na Amazônia, encontrada nas regiões Norte, Centro-oeste e parte da região Nordeste. Quando adulta pode chegar a 45 cm e pesar 8 kg.

É um animal muito visado pelo comércio ilegal porque faz parte do cardápio habitual das populações ribeirinhas.

Geralmente estes animais são predados quando estão desovando, porque na terra seus movimentos são mais lentos e vulneráveis. Por isso o tracajá prefere realizar a sua desova em barrancos de rios e lagos, lugares mais escondidos com lama ou folhas. Isto contribui para diminuir a predação dos ovos se compararmos com um parente próximo, a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa).

Este outro cágado é o maior quelônio de água doce da América do Sul e pertence ao mesmo gênero do tracajá. A tartaruga-da-amazônia pode atingir 80 cm de comprimento e pesar 60 kg, o que resulta em um animal muito grande e pesado fora da água, que é o seu ambiente natural, tornando-a uma presa mais fácil em terra do que outros quelônios desta região. Os filhotes de
ambas as espécies são muito delicados e pequenos ao nascerem, por isso a enorme preocupação de órgãos de conservação e proteção com os locais de desova.

Os filhotes de tracajá tem como característica manchas amarelas bem visíveis na região cefálica, mas estas manchas vão desaparecendo conforme o desenvolvimento do animal e, nas fêmeas adultas, acabam por sumir completamente. O tracajá faz uma postura de 20 ovos aproximadamente, que ficam incubados por um período de 90 a 220 dias. Destes 20 filhotes, em média apenas um ou dois atingirão a fase adulta. Desde que nascem estes pequenos precisam lutar pela sua sobrevivência.

Para chegar do ninho até a água passam por muitos predadores como onças, algumas aves e mesmo na água a luta continua, fugindo de peixes carnívoros. Isto é parte da seleção natural, com os predadores pegando os menos aptos. Só não é natural a predação provocada pelo homem, devido a seus excessos.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pinguim-de-Magalhães

Ordem: Sphenisciformes

Família: Spheniscidae

Nome popular: Pingüim-de-magalhães

Nome em inglês: Megellanic Penguim

Nome científico: Spheniscus magellanicus

Distribuição geográfica: Chile e Argentina

Habitat: Marinho. Ninhos são feitos na praia

Hábitos alimentares: Peixes

Reprodução: Reproduzem em colônias nas praias. Postura de 2 ovos e período de incubação de 38 a 42 dias.

Período de vida: Em cativeiro aproximadamente 15 anos

Situação atual: Não ameaçado

Os pingüins fazem parte do mais especializado grupo de aves marinhas. São as aves mais típicas e numerosas da zona sub antártica e antártica constituindo mais de 90% da biomassa de avifauna desta região e encontrados apenas no Hemisfério Sul.

Atualmente existem 17 espécies de pingüins, todos com alguma similaridade, seja pela estrutura ou coloração. Possuem o corpo alongado, pescoço e pernas curtas e asas que não são usadas para o vôo e sim como nadadeiras, remando como se “voassem” dentro da água. Os pés são munidos de nadadeiras com membranas entre os dedos, tendo a mesma função de um leme durante o nado. Nadam com grande velocidade ( até 40km/h ) para fugirem do seu principal predador, o leão-marinho.

Devido a certas adaptações morfológicas especiais, os pingüins enxergam muito bem dentro da água, onde apanham toda a comida; fora da água a visão é reduzida. São adaptados ao frio através da espessa almofada de pena, contendo grande quantidade de ar, e grossa camada de gordura.

A distribuição de cada espécie é determinada pela temperatura da água e ao contrário do que muitas pessoas pensam, eles não vivem somente em locais gelados da antártica, mas também em regiões em que a temperatura da água pode chegar a 28o C, como é o caso dos Pingüins de Galápagos.

O período de reprodução dos pingüins começa no fim do ano, onde são formadas grandes colônias. A distribuição destas colônias é geralmente determinada pela disponibilidade de alimento por perto e pela existência de locais para nidificar de fácil acesso. São monogâmicos, ou seja, formam um casal para a vida toda e ambos ajudam na incubação dos ovos, revezando os cuidados, enquanto um deles vai ao mar para se alimentar. Após a reprodução, em março, abandonam as colônias em direção ao mar, onde permanecem pelo menos até setembro.

Entre os meses de abril e junho, recebemos na costa sul e às vezes sudeste do Brasil, alguns exemplares de pingüins vindos da Patagônia, são os Pingüins de Magalhães. Normalmente são aves jovens que se perdem do bando, trazidas pelas correntes frias de Falkland e chegam aqui muito debilitados. Eles são indicadores de poluição das águas, pois são extremamente sensíveis a qualquer tipo de poluente. Um dos mais graves problemas relacionados a eles são os derramamentos de óleo no mar, pois com isso a plumagem perde o efeito de proteger o corpo contra o frio, além de se intoxicarem ao ingerir o óleo, na tentativa de fazer a limpeza das penas utilizando o bico.

A distribuição desta espécie ocorre na costa sul da América do Sul (Argentina e Chile). Medem de 70 a 76 cm e pesam em torno de 4 kg. Se alimentam principalmente de peixes (sardinha) e outros organismos aquáticos.

O período de reprodução desta espécie se inicia em outubro, onde cavam tocas no chão para fazer a postura de 2 ovos, que são incubados por 38 a 42 dias. A maturidade sexual ocorre com 5 anos. Não são aves ameaçadas de extinção e possuem uma população estimada de 1.300.000 pares.

Casuar

Com aproximadamente 1,70 m de altura e pesando 60 kg, o Casuar (Casuarius casuarius) consegue ser de difícil observação em seu habitat natural. Originário da região norte da Austrália, Nova Guiné e ilhas adjacentes, se alimenta de frutas, insetos e aranhas.

O casuar possui penas pretas por quase todo o seu corpo, tendo a cabeça e o pescoço azuis. Possui também uma dobra de pele de coloração vermelha no pescoço. Pode defender-se tanto com seu bico afiado como com suas garras que podem chegar a 20 cm de comprimento, motivo pelo qual muitos o comparam aos extintos répteis dromeossaurídeos, como o velociraptor.

A fêmea pode por de 3 a 6 ovos de coloração verde-escuro. Como acontece com o avestruz, os machos chocam os ovos por aproximadamente 21 dias . Os filhotes nascem com uma plumagem bege riscada de marrom e o casal cuida deles.

Uma curiosidade do Casuar é sua crista óssea protuberante, que os ornitólogos descobriram ser usada para abrir caminho entre as matas fechadas durante uma fuga. Eles têm hábitos solitários e raramente foram observados em pequenos grupos. Escondem-se de dia em arbustos cerrados e procura movimentar-se mais ao crepúsculo. Apesar de seu tamanho, consegue nadar muito bem e para fugir pode saltar até 1 m de altura.

Esta ave merece ser conhecida tanto por sua exótica aparência quanto pela idéia que nos faz ter de como eram as terríveis aves pré-históricas que possuíam hábitos semelhantes.

Flamingo-Grande

Ordem: Phoenicopteriformes

Família: Phoenicopteridae

Nome popular: Flamingo, Flamingo-grande, Flamingo-rosa

Nome em inglês: Scarlet ibis

Nome científico: Phoenicopterus ruber

Distribuição geográfica: Norte do continente e Antilhas até Florida.

Habitat: Lagunas rasas e salobras sem vegetação e beira mar.

Hábitos alimentares: São onívoros mas comem principalmente larvas, moluscos, pequenos crustáceos e algas.

Reprodução: 1 ovo e raramente 2, incubação de 27-31 dias.

Período de vida: Em cativeiro podem viver aproximadamente 40 anos.



No estado do Rio Grande do Norte há pinturas rupestres com pelo menos cinco mil anos que já retratam o flamingo. Com efeito, esta ave chama a atenção de quem quer que seja, por seu porte elegante, sua cor rósea ou seu bico estranho.

O bico do flamingo é uma estrutura fascinante: o desenvolvimento de sua língua e da estrutura de filtragem do seu bico, que se assemelha a um grupo de “franjas” na parte interna, faz com que se alimente de forma muito parecida com as grandes baleias. O flamingo, assim como elas, abre a boca debaixo d´água e deixa entrar, com esta, um grande número de pequenos animais. Quando fecha o bico, a água começa a escorrer, empurrada pela língua, e o alimento fica preso nas “franjas” até que toda a água se vá e o flamingo use novamente sua língua para pegar as partículas que lhe interessam.

Locais onde não há alimento para nenhum outro pássaro, como salinas e lagos alcalinos, são freqüentados por flamingos aos milhares, que se aproveitam dos microcrustáceos que ali vivem. Nestes lugares tão áridos, sentem-se seguros e ali costumam fazer seus ninhos.

A nidificação ocorre em grupos, pois é mais fácil se proteger e dar o alarme quando em grande número. Alguns lagos podem juntar mais de um milhão de flamingos na África! O flamingo-grande coloca apenas um ovo, que é incubado por um mês.

Quando nasce, o flamingo é descolorido, pois lhe faltam os pigmentos que seus pais adquirem dos crustáceos que comem. Mas isso é provisório. Os pais secretam uma substância no esôfago muito nutritiva e de cor vermelha, que rapidamente dá a cor típica da espécie aos filhotes. Há quem diga que os pais “dão o sangue” pelos filhotes. Quando são um pouco maiores, os filhotes recebem alimento semi-digerido dos pais, pois até os dois meses seus bicos não são resistentes o bastante para se alimentarem sozinhos.

Como tantas outras espécies, o flamingo aprecia ambientes que são julgados dispensáveis por muitos, e os aterros e drenagens dos lagos salobros e dos estuários são a maior ameaça para a conservação da espécie.

Condor

Ordem: Cathartiformes

Família: Cathardidae

Nome popular: Condor

Nome em inglês: Andean Condor

Nome científico: Vultur gryphus

Distribuição geográfica: Oeste da América do Sul

Habitat: Regiões montanhosas

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: 1 ovo que eclode após 58 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 40 anos



O Condor é não apenas o maior representante de sua família, que inclui ainda os urubus, mas também a segunda maior ave voadora do mundo, com uma envergadura alar (comprimento de uma ponta de asa à outra) que ultrapassa os três metros! Pouco menos que o albatroz, uma ave marinha que chega até 3,6 m de envergadura alar.

Durante algum tempo perguntou-se como uma ave tão grande era capaz de voar. Estudando-o descobriram que o condor praticamente não gasta energia durante seu vôo, usando as correntes de ar quente ascendente para se manter no ar. As asas grandes e largas são perfeitamente moldadas pela natureza para este planeio, e assim permitirem ao condor usar por muito tempo sua visão telescópica para procurar lá do alto as carcaças de animais terrestres e marinhos de que se alimenta.

O condor era um animal sagrado para os antigos Incas, povos nativos que habitavam a cordilheira dos Andes. Na cidade sagrada de Machu-Pichu há diversas representações do condor, considerado “A alma dos Andes”. Seu habitat, a mais de três mil metros de altitude, o protegeu da caça excessiva, mas ainda assim ele é considerado vulnerável à extinção.

Na época da reprodução os condores reúnem-se aos pares para nidificar. Os machos diferenciam-se das fêmeas por uma crista carnuda que possuem sobre a cabeça. O casal encontra uma ponto seguro em uma montanha alta e escarpada, e lá colocam um ovo, que é incubado por dois meses. O filhote só começará a voar após seis meses, e só terá a cor de adulto após seis anos! Isso significa que, embora tenham vida longa (há quem diga que podem ultrapassar 50 anos de vida), o número de filhotes que podem ter durante a vida não é grande. Tal lentidão, comum em animais tão grandes, faz com que a espécie seja muito suscetível a impactos causados pelo homem.

O condor-californiano (Gymnogyps californianus) foi quase extinto, chegando ao alarmante número de apenas vinte exemplares vivos! Desde a década de 1980, esforços enormes têm sido despendidos para fazer com que a população se recupere, mas a espécie foi considerada extinta na natureza. Hoje, tenta-se a reintrodução de condores nascidos em zoológicos no seu habitat, mas ainda não há segurança de que ele possa sobreviver enquanto a população local não seja educada para ajudar na sua conservação.

Calau-Africano

Ordem: Bucerotiforme

Família: Bucerotidae

Nome popular: Calau-africano

Nome em inglês: Abyssinian ground-hornbill

Nome científico: Bucorvus abyssinicus

Distribuição geográfica: África

Habitat: Savanas e estepes áridas

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: 1 ovo é incubado durante 43 dias

Período de vida: 30 anos



Embora vivam em continentes diferentes e não possuam nenhum parentesco próximo, o calau-africano é freqüentemente confundido com os tucanos, aves brasileiras da família dos Ramphastídeos.

Para alguns, a única diferença é que os calaus costumam ser maiores e muitos apresentam uma espécie de “capacete” sobre o bico, cuja finalidade, já que nos machos ele é maior que nas fêmeas, provavelmente é a de atrativo sexual. Também pode ser útil como câmara de ressonância para as longas vocalizações que realiza ou um ponto de equilíbrio para o enorme bico. Aliás, são as únicas aves onde duas das vértebras do pescoço são fundidas em uma única estrutura, para que possam agüentar o peso que carregam.

O que acontece é que estas aves desenvolveram aquilo que os cientistas chamam de “evolução convergente”: necessidades iguais de forma e comportamento acabam por tornar muito parecidos dois tipos de aves que originalmente não tinham nenhuma semelhança. Tanto o tucano como o calau são aves que vivem principalmente de frutas, insetos e pequenos vertebrados, que habitam copas de árvores e nestas costumam andar aos saltos, em regiões florestais.

A diferença é que os Ramphastídeos, com aproximadamente 40 espécies, vivem assim na América do sul, enquanto os calaus vivem quase que do mesmo jeito na África e Ásia, com 54 espécies. Até mesmo sua forma de nidificação é parecida, com ninhos feitos em ocos de árvores. O número de ovos dos calaus menores também é igual ao dos tucanos, 2 a 4.

O calau-africano é uma das maiores espécies de calau, e nenhum tucano chega perto do seu tamanho, que é de até um metro, e peso de aproximadamente quatro quilos. Diferentemente de outros calaus, ele costuma colocar apenas um ovo, e a fêmea não fica restrita ao ninho durante a incubação. Sua dieta também é diferente, se alimentando mais de pequenos animais do que de frutas na natureza.

sábado, 15 de março de 2008

Tucano-toco

Ordem: Piciforme

Família: Ramphastidae

Nome popular: Tucano-toco

Nome em inglês: Toco toucan

Nome científico: Ramphastos toco

Distribuição geográfica: Região Norte e Central da América do Sul

Habitat: Bordas de matas

Hábitos alimentares: Onívoro

Reprodução: 2 a 4 ovos que eclodem após 18 dias de incubação

Período de vida: 15 anos

Os tucanos são aves da família dos Ramphastídeos, caracterizada por aves com enorme bico adaptado a pegar frutas e pequenos animais. Apesar de enorme, os bicos são muito leves devido à sua estrutura esponjosa de material proteico. No Tucano-toco, o bico pode alcançar 22 centímetros!

Este último é o maior representante do grupo. Como todos os seus parentes, apresenta cores vivas e mesmos hábitos alimentares, mas de vez em quando pode pegar ovos e filhotes de pássaros em ninhos que encontra.

Sua beleza o faz alvo do tráfico de animais, e muita gente pensa que pode ter um tucano em casa como ave de estimação. Porém, vive mal em cativeiro, pois precisa de muito espaço e de dieta variada, com rações especiais, pequenos vertebrados e frutas frescas diariamente.

O tucano costuma pegar as frutas com o bico e jogá-las para cima, fazendo-as caírem já perto de sua garganta. São muito habilidosos com um bico tão grande, e só quem não os conhece imagina-os como aves desajeitadas. Conseguem manter o equilíbrio mesmo durante a locomoção por saltinhos que fazem de galho em galho, e sem deixar seu alimento cair. Quando voam, vistos de baixo parecem uma pequena cruz, devido ao comprimento de suas asas ser parecido com o da cauda e do bico. É nestas ocasiões, e principalmente no fim da tarde, que os tucanos costumam fazer mais barulho, e há quem diga que poucas aves têm uma voz tão estranha quanto o tucano.

Ararajuba

Ordem: Psittaciformes

Família: Psittacidae

Nome popular: Ararajuba

Nome em inglês: Golden Conure

Nome científico: Guaruba guarouba

Distribuição geográfica: Ocorre somente no Brasil, nos estados do Pará e Maranhão.

Habitat: Florestas úmidas

Hábitos alimentares: Frugívoro e granívoro

Reprodução: 9 ovos (geralmente 4) que eclodem após 29 dias de incubação

Período de vida: Aproximadamente 35 anos


A ararajuba é um psitacídeo (ordem de aves que incluem as araras, papagaios e periquitos) que só ocorre no Brasil, nos estados do Pará e Maranhão. Seu nome vem do tupi e significa “arara amarela”. A distribuição geográfica bem restrita e a beleza exuberante, alvo do tráfico de animais, são fatores que contribuem para o declínio das populações de ararajuba na natureza, que se encontra ameaçada de extinção.

Possui cerca de 34 cm de comprimento e exibe as cores do Brasil, verde e amarela, em suas penas. Devido à sua coloração “patriota”, em 2002 concorreu com o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) ao título de ave-símbolo do país. Após a realização de uma enquete ela perdeu para o sabiá, que possui maior valor em obras literárias e músicas brasileiras do que a ararajuba.

Alimenta-se de frutas e grãos, mas o item predileto são os cocos do açaí. São animais muito sociáveis, chegando a viver em grupos de até 10 indivíduos. O macho e a fêmea são idênticos e formam casais fiéis por toda vida. Costumam reproduzir-se em buracos de árvores e fazer a postura de cerca de 9 ovos, que são incubados por 29 dias. Vivem aproximadamente 35 anos.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Elefante africano

Ordem: Proboscidea

Família: Elephantidae

Nome popular: Elefante africano

Nome em inglês: African elephant

Nome científico: Loxodonta africana

Distribuição geográfica: África

Habitat: Florestas, campos, savanas e desertos

Hábitos alimentares: Herbívora

Reprodução: Gestação de 22 meses

Período de vida: Aproximadamente 50 anos.


Os elefantes são os maiores mamíferos terrestres sobreviventes de uma extensa radiação no período Eoceno, incluindo os extintos mamutes e mastodontes. Atualmente existem duas espécies, o elefante africano (Loxodonta africana) e o elefante asiático (Elephas maximus).São membros de um grupo ou ordem chamados “Proboscidea", caracterizado pelo órgão proboscis ou tromba.

De estrutura muito maciça apresenta corpo pesado apoiado sobre pernas grossas em forma de pilares em pés amplos, a tromba é um órgão flexível e longo que apresenta narinas na ponta e que tem a função de transportar alimento, água, cheirar, levantar e analisar objetos. O elefante africano é o maior deles medindo entre 7 a 8 m de cabeça e corpo e 4 m de altura chegando a pesar 7 toneladas.

A longa e flexível tromba apresenta dois “dedos” na ponta e pode pesar até 200 kg, as orelhas são enormes e podem alcançar metade da altura do indivíduo. A coloração é cinza claro e pode variar para marrom avermelhado dependendo da cor do solo. De acordo com a subespécie pode ocorrer uma variação de habitats como florestas, campos, savanas e desertos. Três quartos da vida do elefante são devotados a procura por recursos de comida e água, a dieta é estritamente herbívora.

A maior parte dos elefantes consomem entre 70-150 kg de comida e 80-100 litros de água por dia. As acácias estão entre folhagens e frutas as mais consumidas e favoritas dos elefantes. Apresentam um período de gestação de 22 meses com nascimento de um filhote que pode pesar até 115 kg e a medir 100 cm de altura. Toda a manada é cuidadosa com os filhotes, onde várias “babás” podem cuidar dos filhotes do grupo.

A longevidade é de 70 anos. O elefante asiático mede de cabeça e corpo entre 6 a 8 m e até 3 m de altura e a pesar 5.500 kg. A grande diferença entre o asiático e o africano está no tamanho das orelhas que são menores e não excedem a altura do pescoço, a longa tromba com mais de um “dedo” na ponta e pode pesar de 125-200 kg. Normalmente o asiático tem mais pêlos no corpo do que o africano, a coloração é cinza escuro, dependendo da cor do solo.

Na espécie asiática somente os machos possuem presas, nas fêmeas são vestigiais ou ausentes. Habitam florestas, savanas e regiões montanhosas dependendo da subespécie.Algumas pesquisas mostram que os elefantes podem se comunicar através de (infra-som) passando informações para os outro membros do grupo, são gregários e formam por vezes grupos de mais de 100 indivíduos sendo liderados por uma fêmea mais velha, a “matriarca”.

A característica dos elefantes são as enormes presas na mandíbula superior, que na realidade são grandes dentes incisivos, que nos elefantes africanos há registros de um recorde de uma presa que pesava 102 kg e media 3 m de comprimento. Algumas culturas, como no Sri lanka, os elefantes são considerados sagrados e em festividades religiosas são adornados e desfilam como símbolos de grandiosidade.

Em contrapartida são usados como animais de tração e carga em alguns lugares, sendo por vezes desrespeitados e explorados em trabalhos forçados. A caça predatória para o comércio ilegal de marfim, quase condena a espécie a extinção, esforços estão sendo concentrados em criar e aplicar novas leis para a proteção da espécie. Parques, zoológicos e reservas vem contribuindo para a criação de uma nova consciência ecológica, contribuindo para a preservação e o futuro de uma criatura tão majestosa.

Cervo-Nobre

Ordem: Artiodactyla

Família: Cervidae

Nome popular: Cervo nobre

Nome em inglês: Red deer

Nome científico: Cervus elaphus

Distribuição geográfica: Ásia, Europa e América do Norte

Habitat: Florestas, campos e montanhas

Hábitos alimentares: Herbívora

Reprodução: Gestação de 230 dias

Período de vida: Aproximadamente 22 anos


Os cervos nobres pertencem a Ordem Artiodactyla ( que significa “animais que possuem dois dedos”). Distribuem-se naturalmente pela Ásia, Europa e América do Norte. Adultos pesam até 340kg e chegam a medir 2,65m de comprimento mais a cauda de aproximadamente 30cm.

Sua coloração varia de acordo com a estação do ano, idade e sexo. Os filhotes apresentam manchas brancas que vão desaparecendo a medida que o animal vai crescendo. Os adultos apresentam coloração amarronzada com a parte superior mais clara.Ocupam grande variedade de habitats, como florestas, campos e montanhas.

Apresentam hábitos diurnos e são sociáveis. Fora da época reprodutiva os grupos são formados por até 07 indivíduos, onde o macho dominante é sempre o mais velho e o mais forte. A disputa da hierarquia com o macho dominante, ocorre entre 7 e 10 anos de idade, com lutas freqüentes, marcação de território e vocalização. Somente machos possuem chifres, que caem todos os anos, reaparecendo na primavera, a partir do segundo ano de vida.

Todos os anos os chifres nascem mais ramificados, até o animal atingir a maturidade sexual, quando então se estabilizam. O período de gestação é de aproximadamente 230 dias, com o nascimento de apenas um filhote, que pesa ao nascer aproximadamente 18kg. Assim que nascem, ficam em pé para mamar e acompanhar o grupo. Mamam até os 07 meses, quando começam a se alimentar com a mesma alimentação dos adultos.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Sapo-garimpeiro

Ordem: Anura

Família: Dendrobatidae

Nome popular: Dendrobate, sapo-garimpeiro

Nome em inglês: Dying poison-arrow frog

Nome científico: Dendrobates tinctorius

Distribuição geográfica: Suriname, Guiana Francesa
e norte do Brasil

Habitat: Floresta úmida tropical

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: A metamorfose (transformação do girino em adulto) dura entre 70 e 85 dias.

Período de vida: Aproximadamente 8 anos em cativeiro

O Dendrobates tinctorius vive em florestas tropicais do Suriname, Guiana Francesa e norte do Brasil. Esta espécie faz parte de um grupo de anfíbios anuros (grupo formado por sapos, rãs e pererecas) bem “famosos” por terem a pele bastante colorida e muitos deles possuírem veneno, sendo alguns bastante tóxicos aos animais e ao homem. O mais tóxico que se conhece é o Phyllobates terribilis, da Colômbia, que pode levar à morte um ser humano em pouco tempo com apenas poucos gramas de veneno.

Eles podem atingir até 5 centímetros de comprimento, são ativos durante o dia e possuem hábitos terrestres. A dieta deles é baseada em insetos, como cupins e formigas, e pequenas aranhas. Estes anfíbios apresentam um complexo cuidado parental, no qual está envolvido um dos pais ou ambos. Os ovos (de 10 a 25) são depositados em poças d´água no chão ou em folhas de árvores, e são umedecidos por um dos pais até os girinos nascerem.

Após algumas semanas de incubação, os girinos nascem e geralmente se aderem ao dorso de um dos pais e permanecem lá até poderem ficar sozinhos na água. Eles se alimentam de protozoários e pequeninos crustáceos. A metamorfose (transformação do girino em adulto) dura entre 70 e 85 dias.

Animais mantidos em cativeiro tendem a perder a toxicidade de seu veneno, provavelmente pela perda de alguma fonte alimentar. O veneno de algumas espécies de dendrobatídeos é usado por tribos indígenas há séculos para embeber as flechas para caçar, pois a vítima fica paralisada e morre. Atualmente estão sendo estudados na fabricação de drogas no combate às dores. Chegam a viver aproximadamente 8 anos em cativeiro.

Sapo Cururu

Ordem: Anura

Família: Bufonidae

Nome popular: Sapo Cururu

Nome em inglês: Cane Toad

Nome científico: Bufo marinus

Distribuição geográfica: Sul do Texas (EUA), México e América Central, norte da América do Sul (Brasil, Bolívia, Equador e Peru)

Habitat: Cerrado e florestas tropicais

Hábitos alimentares: Carnívoro (alimenta-se de invertebrados e vertebrados)

Reprodução: 4.000 a 36.000 ovos por postura e os girinos nascem cerca de 10 a 16 dias depois.

Período de vida: 10 a 15 anos em ambiente natural e até 20 anos em cativeiro

O sapo cururu é o anfíbio mais comum entre a fauna brasileira, medindo entre 10 e 15 cm. Os macho possuem uma coloração amarelo-parda ou até esverdeada e são menores que as fêmeas, que, por sua vez, são de coloração marrom.

Você sabia que o sapo cururu possui duas glândulas de veneno na parte posterior da cabeça? Ele possui esse mecanismo para se defender de um possível predador, por exemplo, uma serpente. Quando ele se depara com uma cobra, ele levanta as patas, ficando mais esticado, parecendo maior, e inclina-se como se oferecesse as glândulas de veneno para que a cobra mordesse. Na maioria das vezes esse mecanismo funciona, pois mesmo que a cobra o morda, ela logo perceberá que ele tem um gosto desagradável, devido ao seu veneno e por esse motivo ela o soltará e, provavelmente não voltará a tentar se alimentar de um sapo cururu novamente.

O sapo cururu possui hábitos noturnos e terrestres. Por esse motivo é mais comum encontrá-lo se alimentando durante à noite. O sapo percebe sua presa através do movimento que ela faz e também pelo cheiro. Ele a captura com sua língua e seus olhos grandes o auxiliam a deglutir o alimento, pois quando eles se fecham ajudam a “empurrar” a presa para o estômago. Os sapos são úteis ao homem porque com seu grande apetite comem muitos vermes, lagartas e insetos nocivos de várias espécies.

Na época do acasalamento, que ocorre próximo à primavera, os sapos se deslocam até a margem de poças permanentes e/ou temporárias (lagos, pântanos). Os machos então vocalizam a fim de atrair as fêmeas e aquele que lhe agradar mais poderá copular com ela. A reprodução é externa e a fertilização dos ovos ocorre através do "abraço nupcial" (cópula) à medida que os ovos são expelidos pela fêmea. Os ovos são postos em fileiras que podem alcançar até 5 m de comprimento. Os girinos nascem entre 10 e 16 dias depois e levam de um a três meses pra se tornarem adultos. Primariamente surgem os membros posteriores e depois os anteriores, terminando com a queda da cauda.

O número de espécies de anfíbios vem diminuindo gradativamente, devido a sua alta sensibilidade à poluição da água e do ar. Dessa forma podem ser considerados excelentes indicadores biológicos de áreas degradadas. E isso seria mais um bom motivo para conservá-lo.