segunda-feira, 3 de março de 2008

Cobra de duas cabeças

Ordem: Squamata

Família: Amphisbaenidae

Nome popular: Cobra de duas cabeças

Nome em inglês: White-bellied wormlizard

Nome científico: Amphisbaena alba

Distribuição geográfica: América do sul

Habitat: Áreas de florestas e planícies, sob o solo

Hábitos alimentares: Carnívoro

Reprodução: Postura com dois a oito ovos postos sob o solo

Período de vida: Mais de vinte anos



A imaginação popular é repleta de mitos e lendas e quando o assunto é serpente os produtos da imaginação tornam-se ainda mais férteis.

Quem já não ouviu falar da Medusa e sua cabeça adornada por inúmeras víboras ou da Hidra de Lerna que tinha inúmeras cabeças de serpente?

Mitos e boatos a parte, há quem jure já ter visto uma cobra de duas cabeças. Será possível? Podemos dizer tratar-se de uma meia verdade.

Explicando melhor, existem duas possibilidades. Vez por outra, jornais sensacionalistas noticiam a existência de uma cobra com duas cabeças, uma do lado direito e outra do lado esquerdo. São casos raros de espécimes teratogênicos, isto é aberrações do mundo animal, produtos de algum erro geneticamente determinado.

A outra possibilidade é na verdade um fato natural que diz respeito aos anfisbenídeos, répteis serpentiformes, sem patas, que são popularmente conhecidos como cobras de duas cabeças.

Neste caso, que não representa qualquer aberração genética, o animal teria uma cabeça anterior e outra posterior. Claro que isso não é verdade. O fato é que a natureza dotou esses répteis de uma cauda curta, arredondada e muito parecida com uma segunda cabeça.

Assim como muitas pessoas, outros animais, incluindo os predadores em potencial, podem confundir a cauda com a cabeça.

Quando molestados, os anfisbenídeos movimentam a cauda como se fosse uma cabeça, chamando ainda mais a atenção do predador. Se tiver de ser atacado, é melhor que isso ocorra na cauda e não na cabeça.

Na verdade, os anfisbenídeos são incluídos no grupo dos lagartos. Como as serpentes, evoluíram a partir de lagartos que viveram a vários milhões de anos atrás e se adaptaram a uma vida subterrânea. Por isso, têm o corpo roliço, alongado e sem patas.

Ao contrário da maioria das serpentes, que voltaram a viver sobre a terra, as cobras de duas cabeças continuaram apresentando hábitos subterrâneos. São escavadores eficientes, cujo crânio fortemente ossificado é extremamente resistente para forçar a terra quando estão abrindo galerias subterrâneas.

São répteis ovíparos cuja biologia reprodutiva ainda é muito pouco conhecida. Carnívoros, em cativeiro alimentam-se de insetos e recém-nascidos de camundongo. Podem viver por vários anos.

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